O ministro da Defesa, Nelson Jobim, regressou do Haiti dizendo ter ficado impressionado com a capacidade da população haitiana de resistir à dor e afirmando que o Brasil continuará à frente dos trabalhos de auxílio às vítimas do terremoto que atingiu o país caribenho na terça-feira (12). Para o ministro, o Brasil deve se manifestar solidário ao sofrimento haitiano e demonstrar quem tem capacidade de coordenar uma atuação organizada.
“Não adianta fazer lamentações, mas sim demonstrar que temos capacidade de agir de forma organizada e racional. E não adianta querer fazer assistencialismo unilateral. O que tem que ser feito é o assistencialismo multilateral, em coordenação com o país, com a ONU [Organização das Nações Unidas] e com os outros países”, afirmou Jobim esta madrugada, logo após desembarcar na Base Aérea de Brasília. Durante o tempo que passou no Haiti, Jobim e integrantes da comitiva brasileira sobrevoaram Porto Príncipe e visitaram alguns dos principais pontos comprometidos ou destruídos pelo forte tremor de terra. Ontem (14), os representantes brasileiros se reuniram com o presidente haitiano, Reneé Preval, a quem apresentaram algumas sugestões, como a de acelerar a abertura de covas para enterrar parte dos corpos já encontrados.
Diferentemente dos últimos números que vinham sendo divulgados, dando conta da morte de 15 brasileiros, Jobim declarou que as vítimas podem chegar a 17, sendo 14 militares, a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, o vice-representante da ONU no Haiti, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, e uma outra pessoa que ele não identificou. Além disso, até o momento, oficialmente, há quatro desaparecidos.
Ainda segundo o ministro, os corpos dos 14 militares brasileiros mortos devem chegar ao Brasil no máximo até este domingo (17). (ABr)
Militares da Aeronáutica colocam em um carro do Instituto Médico Legal o caixão com o corpo da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
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