Imagem Rogério Recco |
Com a expectativa de produzir 47 milhões de toneladas, o Paraná começa nesta semana o corte de cana-de-açúcar da safra 2011/12. A operação inicia nesta terça-feira, dia 1º de março, nas unidades do Grupo Melhoramentos em Jussara e Jacarezinho e, ainda nesta semana, o Grupo Sabarálcool, com indústrias em Engenheiro Beltrão e Perobal, também estarão trabalhando. Até o final do mês, 14 das 30 unidades produtoras de açúcar e etanol entram em atividade. O Paraná é o quarto maior produtor de cana, açúcar e etanol, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
A previsão para o novo ciclo é 8,8% maior que o anterior, quando foram produzidas 43,3 milhões de toneladas, mas não há expansão da área cultivada. “No ano passado tivemos uma redução significativa em razão da seca, quando muita cana deixou de ser colhida porque não se desenvolveu a tempo”, explica Miguel Rubens Tranin, presidente da Alcopar (Associação Paranaense de Produtores de Bionergia). Há 670 mil hectares plantados com cana no Estado, cerca de 3,5% do total da superfície agricultável.
MAIS AÇÚCAR. Com um mix mais açucareiro, o Paraná espera produzir 3,4 milhões de toneladas de açúcar, volume 13,3% maior que o do ano anterior. A produção de etanol também vai crescer para 1,7 bilhão de litros, contra 1,6 bilhão da última temporada.
Além do aumento no total de cana processada, segundo Tranin, o crescimento da produção de açúcar é consequência também do início de operação de duas novas unidades produtoras: a de Cambuí, no município de Marialva, que pertencia à Cocari e hoje integra o grupo indiano Renuka Vale do Ivaí, e a Dacalda, de Jacarezinho. Ambas só trabalhavam com etanol.
Uma das primeiras indústrias a entrar em operação, a Sabarálcool prevê esmagar entre 2,2 milhões a 2,3 milhões de toneladas nas duas unidades, priorizando o açúcar: 170 mil toneladas de açúcar e 50 milhões de litros de etanol, segundo afirma o diretor presidente Ricardo Albuquerque Rezende.
NA ECONOMIA. No Paraná, a atividade canavieira está presente em cerca de 140 municípios, gerando 85 mil postos de trabalho diretos e 500 mil indiretos, segundo números da Alcopar. Um terço da colheita é feita por máquinas. A entidade calcula que, indiretamente, o setor movimente mais de R$ 16 bilhões na economia estadual, 50% diretos e 50% indiretos.
No ano passado, 2,7 milhões de toneladas de açúcar e 420 milhões de litros de etanol foram exportados. A expectativa para 2011 é que esses números sejam ampliados, mas isso, segundo a entidade, depende ainda de vários fatores, entre eles o desenrolar dos conflitos em países produtores de petróleo, caso da Líbia.