O desvio temporário do Rio Tibagi, na próxima terça-feira, 1º de setembro, vai marcar a conclusão da primeira etapa da instalação da Usina Hidrelétrica Mauá – maior empreendimento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, atualmente em construção no Paraná. A abertura dos túneis por onde será desviado o rio ocorrerá durante solenidade com a presença do governador Roberto Requião. O canteiro de obras fica no município de Telêmaco Borba.
Com o desvio, será possível iniciar as obras para adequação do leito do rio, com vistas à construção da barragem e formação do reservatório da usina, no final de 2010. A Usina Mauá deve entrar em operação comercial em 2011 com potência instalada de 361 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade com 1 milhão de habitantes.
A concessão da hidrelétrica, que vai absorver investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão, pertence ao Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, parceria entre a Copel (majoritária com 51% de participação) e a Eletrosul Centrais Elétricas.
Depois da abertura dos túneis de desvio, parte das águas do Tibagi continuará correndo pelo leito normal e parte irá para os dois conductos escavados em rocha na margem direita – um com 314 metros de extensão e outro com 360 metros. Dentro de alguns meses, quando as ensecadeiras de montante e jusante estiverem prontas, toda a água passará através dos túneis de desvio.
Realizado de modo temporário, esse procedimento é necessário para que se faça a limpeza, escavação e regularização do trecho do leito do rio onde será erguida a barragem. A estrutura terá 725 metros de comprimento na crista e 85 metros de altura máxima e nela serão empregados cerca de 630 mil m³ de concreto compactado com rolo, volume suficiente para construir dez estádios como o Maracanã.
O barramento ficará na região do Salto Mauá – 600 metros rio acima da já existente Usina Presidente Vargas – e vai permitir a formação de um reservatório com quase 80 km de extensão e 84 km² de superfície. No final de 2010, os túneis de desvio serão fechados por comportas para que ocorra o enchimento do reservatório.
No canteiro da Usina Mauá, várias frentes de trabalho avançam simultaneamente desde julho de 2008. Atualmente, há mais de 1.300 pessoas trabalhando e morando no local. Para tanto, foi necessário despender investimentos em alojamentos masculino e feminino, refeitório, lavanderia, área de lazer, rede de energia elétrica e iluminação, de esgoto e de água potável além de uma estação de tratamento de efluentes.
Diversos acessos foram abertos e montados o canteiro industrial, contendo pedreira, centrais de britagem, centrais para fabricação de concreto, silos para estocagem de cimento, bota-fora, balanças rodoviárias. Nas centrais de britagem, as rochas extraídas nas escavações são trituradas em diferentes tamanhos para que possam ser usadas na produção de concreto. Mesmo a areia necessária ao processo é “artificial”, ou seja, é brita moída.
Para levar a água do reservatório até a casa de força da Usina Mauá também está sendo construído um circuito composto de tomada d’água de baixa pressão, túnel de adução escavado em rocha com 1.922 metros de comprimento, câmara de carga, tomada d’água de alta pressão e três túneis forçados no trecho final.
As escavações de terra e rocha a céu aberto estão praticamente concluídas nas principais estruturas da usina e, agora, avançam as escavações subterrâneas. O local da casa-de-força já está recebendo fundação de concreto. Ela ficará na margem direita do Tibagi, será do tipo abrigada e vai operar com três grupos de turbinas e geradores.
Fonte: AEnotícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário