Uma descoberta feita perto de Waldgirmes, no estado de Hessen, trouxe de volta parte da história enterrada há mais de 2 mil anos: arqueólogos encontraram a cabeça de um cavalo de bronze ornamentada com ouro, além do pé de um cavaleiro.
Eles acreditam tratar-se de fragmentos de uma estátua equestre, criada entre 3 e 4 a.C., e que provavelmente retratava o imperador César Augusto. A rédea é adornada com imagens de Marte, deus da guerra e da vitória. Ao todo, foram encontradas mais de 100 pedaços da mesma peça, em 12 de agosto último. A apresentação ao público foi na quinta-feira (27/08), no Instituto Arqueológico Alemão de Frankfurt.
"Esta escultura de bronze está entre as melhores peças relacionadas ao Império Romano já encontradas", declarou Eva Kühne-Hörmann, secretária de Cultura e Ciência de Hessen. O sítio arqueológico de Waldgirmes, local de uma cidade na época de Augusto (23 a.C.-14 d.C.), vem sendo escavado desde 1993.
Ritual dos antepassados. No ano 9 d.C. tribos germânicas derrotaram os romanos na Batalha de Teutoburgo. Possivelmente como parte de um ritual de vitória, os germanos quebraram a estátua do cavaleiro e jogaram sua cabeça num poço. "Uma estátua como essa era muito emblemática no mundo antigo, principalmente por representar o imperador em pessoa", analisa o especialista Egon Schallmayer. A secretária da Cultura completa: "Este achado documenta a determinação dos romanos de estender suas províncias até a margem direita do Rio Reno – mas também o fracasso desses planos". Justamente por estar imersa, a cabeça de bronze do cavalo ficou bem preservada ao longo dos anos. O trabalho de restauração da peça deve durar aproximadamente dois anos, e depois a estátua deverá ficar exposta em Hessen.
DW/A
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