Vendida a R$ 67,40 em julho de 1994 na capital paulista, a cesta básica hoje sai por R$ 272,98. Há 17 anos, consumir 1 quilo (kg) de pão custava R$ 2,02 no Rio de Janeiro. Atualmente, a mesma quantidade sai por R$ 7,03. De R$ 0,43, também em julho de 1994, 1 kg de tomate saltou para R$ 2,26 em Recife. A moeda que nasceu para estabilizar a economia também sente o peso de inflação.
Desde o lançamento do real até hoje (1º), quando o plano econômico que leva o mesmo nome completa 17 anos, a inflação acumulada é de 286,63%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial. Pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), a alta nos preços foi ainda maior: 403,49%.
Longe de representar hiperinflação, quando os índices chegaram a atingir 80% ao mês até superarem os 1.000% anuais no início da década de 90, a inflação acumulada nos últimos 17 anos é muito mais reflexo de oscilações momentâneas do que resultado da perda de poder de compra do dinheiro. Isso porque as perdas ao longo dos anos foram, na maioria das vezes, compensadas com aumento nos salários.
Essas reposições beneficiaram as classes mais baixas. O salário mínimo, que era R$ 64,79 em julho de 2004, hoje está em R$ 545. Para 2012, dependendo do índice da inflação deste ano, o valor do mínimo pode chegar a R$ 620. Em termos reais, descontada a inflação, os ganhos somaram 67%, segundo o IGP-M.
Apesar dos choques internacionais de preços nos últimos dois anos, as estatísticas mostram que a inflação para os alimentos está abaixo da média. De acordo com o IPCA, os preços do grupo alimentação e bebidas subiram 243,79% desde julho de 1994. Os vilões do Plano Real foram os preços administrados, como tarifas de telefones e de energia, que subiram acima da inflação média ao longo do Plano Real.
No grupo comunicação, o reajuste acumulado em 17 anos chega a 700,70%, o que representa preços quase oito vezes mais altos. O preço dos combustíveis domésticos, como gás de cozinha, saltou 790,36%.
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