quarta-feira, 14 de agosto de 2013

GEADA PROVOCA PREJUÍZO DE R$ 1,26 BILHÃO AO PARANÁ

O clima chuvoso em junho e as fortes geadas da segunda quinzena de julho prejudicaram principalmente as lavouras de trigo, café e a segunda safra do milho, no Paraná. Os prejuízos representam R$ 1,26 bilhão. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, apontou que a geada do fim de julho, considerada a mais rigorosa desde 2000, reduziu a produção em 33% da lavoura de trigo e 8% da segunda safra de milho. O maior estrago das geadas ocorreu na cultura do café, que teve comprometido cerca de 62% das lavouras para a safra de 2014. Os agricultores paranaenses esperavam colher mais de 38,3 milhões de toneladas de grãos, somadas as três safras – de verão, outono/inverno e de inverno. Na avaliação do Deral com as geadas esse valor deve ficar entorno de 36,3 milhões de toneladas. 

CAFÉ – A safra 2013 do café, estimada 1,7 milhão de sacas, não deverá ter prejuízos significativos em função das geadas. Do volume esperado para a safra 2014, de 1,54 milhão de sacas, haverá redução de 62% ocasionadas pelas geadas deste ano. Na avaliação do Deral, a produção de 2014 será reduzida a 582 mil sacas, que provocará prejuízo de R$ 253 milhões aos produtores no próximo ano. As perdas foram intensas em todo o Estado.

TRIGO - O trigo paranaense encontrava-se praticamente com a totalidade da safra plantada até 22 de julho. Da área, 47% da plantação estava germinando ou em desenvolvimento vegetativo, fases não suscetíveis a geadas. O prejuízo aos produtores, considerando os preços de mercado, está estimado em R$ 728,8 milhões. Pelos números levantados pelos técnicos do Deral, estima-se que 954 mil toneladas de trigo serão perdidas principalmente em função das geadas. As principais perdas da cultura do trigo estão concentradas nas regiões de Cascavel, Campo Mourão, Ivaiporã e Apucarana. Antes da geada o trigo era cotado a R$ 42,06 para a saca de 60 quilos. Na cotação de terça-feira (13), a saca estava cotada em R$ 45,39. 

MILHO – Diferente do trigo, os danos causados na lavoura de milho pela geada de julho foram menos significativos. Na avaliação do Deral estima-se que 960 mil toneladas da segunda safra 2012/2013 de milho serão perdidas em função das variações climáticas, deixando prejuízo estimado de R$ 278 milhões aos agricultores. Isso inclui as geadas, a estiagem e as doenças ocasionadas pelo excesso de chuvas em junho. Com isso a produção paranaense do milho safrinha, atualmente estimada em 10,6 milhões de toneladas, teve perda de 8% em relação ao potencial produtivo que era de 11,6 milhões de toneladas. As regiões mais atingidas na cultura do milho ocorreram em Londrina, Jacarezinho e Cornélio Procópio, com mais de 20% de redução em relação a produção inicialmente estimada. As três regiões respondem por 24% da área semeada no Estado.

PROAGRO - As regras da subvenção ao prêmio do seguro rural variam de acordo com a cultura. O Governo do Estado subvenciona 50% do que cabe ao produtor. No caso do milho da segunda safra, trigo e demais grãos, o Governo Federal paga até 70% do valor do prêmio e o Governo do Estado arca com 15% do valor do prêmio, ou seja, metade do que compete ao produtor pagar. No café, o Governo Federal paga 40% e o Governo do Estado contribui com 30%, restando ao produtor pagar 30%. Nas frutas, o Governo Federal paga 60% e o Governo do Estado arca com 20%, restando ao produtor complementar com 20% do valor do prêmio.

Até 2011, a subvenção ao prêmio de seguro rural amparava apenas o milho da segunda safra, o trigo nas modalidades sequeiro e irrigado e o café. Agora, está sendo ampliada para amparar mais 26 culturas - abacaxi, algodão, alho, arroz, batata, cebola, cevada, feijão de primeira e segunda safra, tomate, ameixa, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja, maçã, melancia, morango, nectarina, pera, pêssego, tangerina, uva e floresta cultivada, além da pecuária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário