quarta-feira, 21 de março de 2012

NILSON MONTEIRO, O CIDADÃO PARANAENSE



Por Sandra Pacheco / Imagens Nani Gois

Em sessão solene que contou com a presença do governador Beto Richa (PSDB) e de várias outras autoridades de diversos setores, a Assembléia Legislativa entregou nesta terça-feira (20) o título de Cidadão Honorário do Paraná ao escritor e jornalista Nilson Monteiro, conforme proposta apresentada pelo deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB): “Em mais de 20 anos de carreira política, esta é a primeira vez que proponho uma lei desta natureza, em que o objetivo é uma homenagem”, disse o parlamentar. 

“A responsabilidade de justificá-la é grande mas, neste caso, muito fácil”, prosseguiu o deputado. “Escolhi uma pessoa que se justifica por si só e que tem sua contribuição à nossa sociedade documentada em cada passo de seus 40 anos entre a militância estudantil e a profissão que escolheu”. Com passagens por vários órgãos da grande imprensa, como O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil e a revista Istoé, Nilson começou sua carreira em Londrina, onde trabalhou no Diário de Londrina, no Novo Jornal, na Folha de Londrina e no lendário Panorama. 

Integrou a redação de um dos mais famosos porta-vozes da esquerda no período da ditadura militar, o jornal Movimento, e colaborou com várias outras publicações dentro e fora do estado. Fez incursões por agências de publicidade, rádio e televisão, sempre deixando a marca de seu talento, que se completou na edição de seis livros; “Simples” (poemas), “ Curitiba vista por um pé vermelho”, “Ferroeste, um novo rumo para o Paraná”, “Pequena Casa de Jornal”, “Itaipu, a luz” e “Madeira de Lei”. Ex-líder estudantil, está atualmente lotado no Palácio Iguaçu, na assessoria do governador, depois de ter passado pelo BRDE, pela Companhia de Habitação do Paraná e pela Associação Comercial do Paraná. 

Emocionado, Nilson Monteiro ressaltou a importância da homenagem como reconhecimento ao papel do jornalista na construção de uma sociedade moderna e democrática: “Estamos acostumados a pensar no profissional sempre com um bloquinho na mão e muitas perguntas a fazer. Mas ele é muito mais que isso, e o seu trabalho é imprescindível para a sociedade. Recebo este título com muito orgulho e faço questão de dividi-lo com toda a categoria”, declarou. 

Poeira. No discurso com que saudou o homenageado, Cheida destacou o jornal Poeira, fundado por Nilson e outros estudantes da Universidade Estadual de Londrina em 1974: “Aquele periódico que durou inacreditáveis 10 anos, foi o espaço de aglutinação e o ponto de partida para a tomada de consciência de milhares de universitários inconformados com uma sociedade crescentemente desigual em direitos e oportunidades, insatisfeitos com os desmandos de um poder central despótico, que fazia do medo da sociedade, da subserviência de líderes de ocasião, da conivência da cátedra e do silêncio do Parlamento o caldo onde vicejavam o terror e a antítese da cidadania”. 

“Pé vermelho com muito orgulho”, continuou o parlamentar, “Nilson Monteiro, meu amigo e paciente, nas horas de abuso da cachaça e abstinência de água benta, deixou sua marca na imprensa local. Irrequieto, inspiradíssimo, antes mesmo de fazer toda esta arruaça na universidade, já registrava seu talento nas reportagens escritas, no rádio, na televisão, nas assessorias de imprensa, nas agências de publicidade. Sem contar suas produções literárias, que sempre correram paralelas ao jornalismo, enriquecendo a cultura paranaense”. 

Enumerando vários motivos para a concessão do título ao jornalista nascido em Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, mas que escolheu o solo paranaense para aportar, Cheida qualificou a iniciativa como “uma homenagem ao talento. E também uma tradução literal de gratidão. Assim deve ficar que Nilson Monteiro recebe hoje a gratidão incondicional do povo do Paraná”. 

Sensibilidade. Segundo o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), o homenageado é na verdade cidadão do mundo, dono de um coração aberto e de uma alma sensível capaz de captar o que de mais importante existe: o ser humano com seus dramas, alegrias, tristezas e relações. “Nilson Monteiro descreve o factual de uma forma que o simples se torna poesia – e poeta de ofício também ele é. Soube beber nas fontes que só se apresentam aos melhores em suas andanças por redações importantes deste estado e do país”, acrescentou. 

Ao presidir os trabalhos durante a solenidade de outorga do título, Rossoni disse também que Nilson Monteiro merece mais que honrarias como a que estava recebendo e como as que já recebeu anteriormente, como cidadão londrinense e curitibano: “Merece nosso respeito e a gratidão por estar ao nosso lado, proporcionando a troca de experiências para que a caminhada da vida seja mais leve”, concluiu.


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